O trabalho de Consultoria em Gestão Cultural iniciada no ano anterior facilitou o trabalho no sentido de nortear os projetos a serem escritos e as ações que o grupo já desenvolvia, transformando os desejos em metas concretas e passando a planejar como concretizá-las. Como consequência, surgiram outros produtos e formatos que a Trupe passou a ter em seu repertório, gerando mais possibilidades artísticas para além da montagem de seus espetáculos.
Ainda em 2013, a Trupe passou quase o ano todo viajando graças ao Circuito Sesc Palco Giratório. A seleção para esta circulação estimulou o grupo a aproveitar toda a potencialidade desta experiência, extrapolando inclusive as propostas de intercâmbio previstas oficialmente na turnê, e contatando, por conta própria, vários coletivos atuantes nas cidades por onde passaram.
Em uma das viagens, se chegou a ficar dois meses sem voltar pra casa. A Trupe viveu ali um grande paradoxo. De um lado, o desejo, inerente a qualquer artista, de mambembar, fazer as malas, colocar o material de cena nos baús e se apresentar em vários cantos do Brasil. De outro, a vontade de abrir as portas de sua sede, encher a casa, e manter uma programação artística diversificada com grupos locais. Ficou evidente para o grupo que o amadurecimento conjunto dos núcleos artísticos da cidade traria benefícios a todos e o quão importante seria que os coletivos ampliassem, principalmente, sua capacidade de gestão e sustentação.
A Trupe, então, passou a estruturar projetos que permitissem momentos de intercâmbio artístico e de estruturas de funcionamento dos coletivos. Tais projetos, em conjunto, passaram a se configurar como uma metodologia denominada Programa Casa Aberta, que vem, por sua perspectiva multiplicadora, assumindo papel de incubadora.